Entrevista a AnywhereoutoftheworldAlberto Bessa ou Anywhereoutoftheworld, é um músico português com forte influência Pós-Funk e Dark Wave. Ao público nacional já revelou “Yours Again” e “The Way You”, duas intensas composições de elegante Pop alternativa. Agora Anywhereoutoftheworld traz-nos “I’m Out”, e um pouco sobre si em uma entrevista com a Rhodes Magazine. |
RHODES MAGAZINE [RM]: Quem é Anywhereoutoftheworld?
É um projecto isolado, que provém desse território e dessa condição, consubstanciado no que apenas se consegue encontrar nesse espaço.
RM: Como define a sua música?
Para isso precisava de um léxico muito alargado e com conceitos ainda por definir. É uma forma de tornar complicado o que para muitos será simples.
Uma tentativa de me embrenhar na estranheza das coisas, e creio que a minha música é muito isso, uma necessidade de compreensão do que racionalmente não me é possível conseguir. Como se ela por si tivesse respostas para tudo.
RM: Qual a sua fonte de inspiração para a criação dos seus videoclipes?
Cada um dos videoclips estrutura-se na mensagem implícita que comportam e pretende transmitir. Sem lhes pretender dar uma conotação demasiado pessoal, admito que possam ser alusivos a muito do que me rodeia.
RM: Existe algum estilo musical que gostava de se aventurar algum dia?
Sim. A estética neoclássica fascina-me. Principalmente a mais sombria.
Não tenho recursos instrumentais para o fazer, mas é sem dúvida um estilo revelador de muito do que se faz de interessante, e do qual me tento aproximar.
RM: Fale-nos de “I’m Out”, recente single que lançou.
É um vídeo com um destinatário definido e identificado. Dedicado à ignominia e infâmia das atrocidades do cárcere em que consiste o mundo de trabalho de hoje.
O uso da estratégia, da instrumentalização do medo, humilhação e ameaça por quem não sabe usar do poder que lhe foi atribuído. É uma forma de expressar o delírio em que se vive em contexto profissional de esgotamento. Uma forma de mostrar o que é “Burnout”, na primeira pessoa. Dedicado a quem a vida foi subtraída por necessitar de um salário no final do mês. Para mim perturbação na maioria destes casos é sensibilidade. E não conseguir conviver com o que nos flagela é algo que explica muitos fenómenos de genialidade. É dedicado a essas pessoas, às que não podem dizer não.
RM: Em geral, qual foi a sua primeira experiência na música?
Acho que essa descoberta ocorre quando gravamos algo pela primeira vez. Quando temos um registo que permite veicular com os outros o nosso trabalho.
RM: O que podemos esperar de trabalhos futuros?
Adensar a estética claustrofóbica que caracteriza o que faço. Distanciar-me de qualquer influência “pop” que possa ter e aproximar-me mais do conceito darkwave/ underground. Fazer com a música o que Goya fez com o seu génio, o que Borges fez com o seu traço. Escapar sempre ao vazio de conteúdo que existe na produção criativa de hoje. Ser exigente com o que faço.
RM: O que ainda pretende alcançar com a sua música?
É uma forma de me permitir ir para algum sitio longe daqui. Sei que outros sentem o mesmo.
É uma necessidade de, em formato de vociferação, exprimir de forma bem sonora algo que não quero conter.
É um projecto isolado, que provém desse território e dessa condição, consubstanciado no que apenas se consegue encontrar nesse espaço.
RM: Como define a sua música?
Para isso precisava de um léxico muito alargado e com conceitos ainda por definir. É uma forma de tornar complicado o que para muitos será simples.
Uma tentativa de me embrenhar na estranheza das coisas, e creio que a minha música é muito isso, uma necessidade de compreensão do que racionalmente não me é possível conseguir. Como se ela por si tivesse respostas para tudo.
RM: Qual a sua fonte de inspiração para a criação dos seus videoclipes?
Cada um dos videoclips estrutura-se na mensagem implícita que comportam e pretende transmitir. Sem lhes pretender dar uma conotação demasiado pessoal, admito que possam ser alusivos a muito do que me rodeia.
RM: Existe algum estilo musical que gostava de se aventurar algum dia?
Sim. A estética neoclássica fascina-me. Principalmente a mais sombria.
Não tenho recursos instrumentais para o fazer, mas é sem dúvida um estilo revelador de muito do que se faz de interessante, e do qual me tento aproximar.
RM: Fale-nos de “I’m Out”, recente single que lançou.
É um vídeo com um destinatário definido e identificado. Dedicado à ignominia e infâmia das atrocidades do cárcere em que consiste o mundo de trabalho de hoje.
O uso da estratégia, da instrumentalização do medo, humilhação e ameaça por quem não sabe usar do poder que lhe foi atribuído. É uma forma de expressar o delírio em que se vive em contexto profissional de esgotamento. Uma forma de mostrar o que é “Burnout”, na primeira pessoa. Dedicado a quem a vida foi subtraída por necessitar de um salário no final do mês. Para mim perturbação na maioria destes casos é sensibilidade. E não conseguir conviver com o que nos flagela é algo que explica muitos fenómenos de genialidade. É dedicado a essas pessoas, às que não podem dizer não.
RM: Em geral, qual foi a sua primeira experiência na música?
Acho que essa descoberta ocorre quando gravamos algo pela primeira vez. Quando temos um registo que permite veicular com os outros o nosso trabalho.
RM: O que podemos esperar de trabalhos futuros?
Adensar a estética claustrofóbica que caracteriza o que faço. Distanciar-me de qualquer influência “pop” que possa ter e aproximar-me mais do conceito darkwave/ underground. Fazer com a música o que Goya fez com o seu génio, o que Borges fez com o seu traço. Escapar sempre ao vazio de conteúdo que existe na produção criativa de hoje. Ser exigente com o que faço.
RM: O que ainda pretende alcançar com a sua música?
É uma forma de me permitir ir para algum sitio longe daqui. Sei que outros sentem o mesmo.
É uma necessidade de, em formato de vociferação, exprimir de forma bem sonora algo que não quero conter.