RM: Como surgiu a paixão pela música?
Ras Kadhu: Saudações Rodhes Magazine e a todos leitores, agradecemos por essa grande oportunidade. Desde pequeno que amo boa música. O meu pai sempre ouviu muito bossa nova, choro e o samba de raiz aqui no Brasil. Por um outro lado minha mãe gostava muito de rock e pop rock nacional e internacional. Aos 10 anos fui assistir um concerto de bossa nova com meu pai e meu irmão. Naquela ocasião o guitarrista virtuosissimo me impressionou com seu instrumento, então, a partir daquele momento, tudo se baseava nisso, ter uma guitarra, compor e cantar! Comecei com um violão velho e castigado que estava abandonado em uma casinha de bonecas de uma fazenda que fui com alguns primos. Pedi ao dono e ele me deu e a música começou para mim naquele momento. O meu grande sonho só foi realizado quando completei 17 anos. Fiquei meses economizando e juntei um dinheiro com alguns trabalhos que, na verdade, não cobriam nem a metade do valor que eu precisava. Vendo meu esforço e amor que me envolvia nisso entrou a figura da pessoa que mais me incentivou na jornada da música, minha estimada Mãe Vera, que me deu de presente uma Ephiphone Special Sunburst preta e amarela, acompanhada de um amplificador. Assim começou minha relação com a música em geral, desde então já tive a oportunidade de estudar canto na universidade de São Paulo, no CoralUsp. Mas minha curiosidade e paixão invadiu o estudo autodidata na flauta transversal, flauta doce, baixo, guitarras, acordeon, melódica, bateria e tambores, instrumentos musicais em geral me fascinam. Amo e quero ter todos que puder, me ajudam muito a compor, me conectar com Deus e recarregar minhas energias.
RM: Porquê optar por este estilo musical?
Ras Kadhu: Graças a Jah, sempre fui uma pessoa espiritualizada. Meu avô materno me levou a muitos centros ecléticos e espíritas em minha infância, isso desenvolveu em mim a percepção de que o espírito precede à matéria e que essa vida é só uma etapa na jornada da evolução da nossa alma. No período da adolescência desenvolvi um gosto maior pela música estrangeira. O rock essencialmente cantado em inglês. Mas ao traduzir as letras das músicas para português tive uma grande decepção com tanta futilidade que desencaminha, principalmente, os jovens. E foi isso que me atraiu para a música reggae, o conceito de um só coração, um só amor com o comprometimento espiritual rasta. A consciência ecológica e toda cultura que envolve o universo da música reggae enriquecida pela raiz e resgate da tradição africana. Acredito que Bob Marley foi um dos maiores profetas que a humanidade já teve. Foi através da música dele que tive o entendimento ou “insight” da situação atual do planeta, das palavras escritas e profecias da Biblia.
RM: Quais as suas maiores influências musicais?
Ras Kadhu: Basicamente a velha guarda jamaicana, influenciada pelo Nyahbinghi, Rock, Rock Steady, R&B, Ska, onde Bob Marley foi a ponta da flecha ardente. Seguido de Ziggy Marley, Peter Tosh, Bunny Wailer, The Wailers, Israel Vibration, Burning Spear, Black Uhuru, Sly & Robbie, Dennis Browm, Ras Michael, Rastafari Elders, Eagles Angels, Midnite, Hugh Mundell, Augustus Pablo, Aswad, Steel Pulse, Abissinians, The Congos, Pablo Moses, Peter Broggs, Garnett Silk, Kiddus I, Chinna Smith & Inna di Yard, Sizzla, Capleton, Anthony B, Luciano, Clinton Fearon e muito mais. Destaco também a nova geração do reggae Revival onde minhas principais influências são Damian Marley, Julian Marley, Stephen Marley, Jo Mersa Marley, Protoje, Alborosie, Chronixx, Jesse Royal, Kabaka Piramid e JAH 9. Do reggae Brasileiro destaco as bandas Reggae Style, Junior Dread, Leões de Israel, Solano Jacob, Jah I Ras, Mato Seco, Dada Yute, Cidade Verde Sounds, Ponto de Equilibrio, Nazireu rupestre, Natiruts, Tribo de JAH, Unidade 76, Freedom Sounds, a lista é extensa. Claro, ainda ouço The Beatles, Bob Dylan, Gilberto Gil, Vila Lobos, Chico Buarque, Djavan, Badew Powell, Toquinho. Acabamos de nos despedir de um grande mestre da música brasileira: João Gilberto, Deus o tenha, música boa com conteúdo é outra história, enobrece a alma.
RM: Para além da música, tem mais alguma grande paixão?
Ras Kadhu: No interior de São Paulo, aqui no Brasil, no meio da floresta temos uma comunidade que completou 10 anos agora, no real “labor oratório” da vida. Onde transformamos o que cantamos em realidade, construimos bio-casas ecológicas, plantamos boa parte do nosso alimento e essa é nossa maior paixão. Existem diversos vídeos no Youtube, onde as pessoas podem acompanhar essa “Livity” e até vir nos visitar algum dia aqui no Brasil. O local se chama “Céu de Santa Maria de Sião”. Realizamos cerimónias de resgates a toda essa ancestralidade do Rastafari em aliança com as misticas das selvas brasileiras.
RM: Qual é a expectativa do projecto Jah I Ras em relação à tour na Europa que acontece brevemente?
Ras Kadhu: Para nós é uma grande realização profissional e alegria anunciar nossa primeira tour na Europa. Uma realização para uma banda de reggae Roots Rastafari praticamente independente que vive em um país de terceiro mundo como o Brasil. São quase dezessete anos de trabalhos interruptos tocando em todas as partes do Brasil, Chile, África do Sul e até na Etiópia já nos apresentámos. Então estou muito ansioso para começar os shows e ver a reação do publico, que seja uma constante. Pensamos em ter a Europa como rota anual da nossa agenda e tour. Também vejo como um processo natural já que componho músicas em português, espanhol e inglês. O meu objetivo sempre foi, além de tocar em solo nacional, internacionalizar minha música. Entendendo que o convite à consciência ecológica e espiritual se faz mais urgente que nunca no atual “fim dos tempos” para todos os povos, nações e todas as raças. Somos defensores da natureza e propagadores desse ideal de vida. E esse é o grande convite para os nossos espectadores de Portugal, Espanha e Inglaterra. Esperamos todos vocês em nossos shows, diretamente da selva Brasileira para a Europa com o melhor do roots reggae.
RM: Se pudesse descrever o seu mais recente projeto musical em 5 palavras quais seriam?
Ras Kadhu: Acredite na força do amor!
RM: Qual o disco/música da sua vida?
Ras Kadhu: Com certeza meu disco primogénito, “Jah Providenciará” de 2012. Tivemos a oportunidade especial de trabalhar no estúdio do Bob Marley, na Jamaica. Com a produção do meu grande irmão Dj Gustah.
RM: Qual a situação mais embaraçosa que já lhe aconteceu num concerto?
Ras Kadhu: Em 2006 acendi um cigarro de cannabis no palco. A polícia encerrou o show e me levou para a delegacia por isso. Fui detido, mas não fui preso, tudo se resolveu naquela noite. Faz tempo que não faço isso. Foi um ato revolucionário, mas a repressão foi assustadora.
RM: Com que músico/banda brasileira ou internacional gostaria de efectuar um dueto/parceria?
Ras Kadhu: No disco “Jahgube” fizemos parcerias com as bandas Mato Seco, Dada Yute, Junior Dread e Adonai do CVS. Para nosso próximo disco estamos trabalhando para realizar novos sonhos como as participações de Helio Bentes (banda Ponto de Equilibrio), Alexandre Carlo (banda Natiruts) e Marcelo Falcão (que hoje está em carreira solo, após cantar em uma das maiores bandas do rock das américas, O Rappa.) Claro, ainda temos o sonho de gravar com algum filho do Rei Bob Marley.
RM: Projetos para o futuro?
Ras Kadhu: Estamos finalizando, para o começo de setembro, o lançamento do video clipe oficial da música “Sol da Manhã” (Jahgube) com participação da banda Mato Seco, produção da Vras77 e apoio da loja MegaGrow de Curitiba. Também estamos no estúdio Rastan Records gravando nosso terceiro disco oficial com produção do Dj Gusta e Unidade 76, que tem previsão de lançamento para maio de 2020.
Ras Kadhu: Banda JAH I RAS agradece pela entrevista e suporte nessa tour, também gostaria de agradecer a banda Rubera Roots, my breddah Ras Nunukah pelo suporte e a loja Belli Roots que estará connosco em nossos shows, com todos nossos cds e produtos oficiais. Nos vemos em agosto/setembro! Big UP!
Ras Kadhu: Saudações Rodhes Magazine e a todos leitores, agradecemos por essa grande oportunidade. Desde pequeno que amo boa música. O meu pai sempre ouviu muito bossa nova, choro e o samba de raiz aqui no Brasil. Por um outro lado minha mãe gostava muito de rock e pop rock nacional e internacional. Aos 10 anos fui assistir um concerto de bossa nova com meu pai e meu irmão. Naquela ocasião o guitarrista virtuosissimo me impressionou com seu instrumento, então, a partir daquele momento, tudo se baseava nisso, ter uma guitarra, compor e cantar! Comecei com um violão velho e castigado que estava abandonado em uma casinha de bonecas de uma fazenda que fui com alguns primos. Pedi ao dono e ele me deu e a música começou para mim naquele momento. O meu grande sonho só foi realizado quando completei 17 anos. Fiquei meses economizando e juntei um dinheiro com alguns trabalhos que, na verdade, não cobriam nem a metade do valor que eu precisava. Vendo meu esforço e amor que me envolvia nisso entrou a figura da pessoa que mais me incentivou na jornada da música, minha estimada Mãe Vera, que me deu de presente uma Ephiphone Special Sunburst preta e amarela, acompanhada de um amplificador. Assim começou minha relação com a música em geral, desde então já tive a oportunidade de estudar canto na universidade de São Paulo, no CoralUsp. Mas minha curiosidade e paixão invadiu o estudo autodidata na flauta transversal, flauta doce, baixo, guitarras, acordeon, melódica, bateria e tambores, instrumentos musicais em geral me fascinam. Amo e quero ter todos que puder, me ajudam muito a compor, me conectar com Deus e recarregar minhas energias.
RM: Porquê optar por este estilo musical?
Ras Kadhu: Graças a Jah, sempre fui uma pessoa espiritualizada. Meu avô materno me levou a muitos centros ecléticos e espíritas em minha infância, isso desenvolveu em mim a percepção de que o espírito precede à matéria e que essa vida é só uma etapa na jornada da evolução da nossa alma. No período da adolescência desenvolvi um gosto maior pela música estrangeira. O rock essencialmente cantado em inglês. Mas ao traduzir as letras das músicas para português tive uma grande decepção com tanta futilidade que desencaminha, principalmente, os jovens. E foi isso que me atraiu para a música reggae, o conceito de um só coração, um só amor com o comprometimento espiritual rasta. A consciência ecológica e toda cultura que envolve o universo da música reggae enriquecida pela raiz e resgate da tradição africana. Acredito que Bob Marley foi um dos maiores profetas que a humanidade já teve. Foi através da música dele que tive o entendimento ou “insight” da situação atual do planeta, das palavras escritas e profecias da Biblia.
RM: Quais as suas maiores influências musicais?
Ras Kadhu: Basicamente a velha guarda jamaicana, influenciada pelo Nyahbinghi, Rock, Rock Steady, R&B, Ska, onde Bob Marley foi a ponta da flecha ardente. Seguido de Ziggy Marley, Peter Tosh, Bunny Wailer, The Wailers, Israel Vibration, Burning Spear, Black Uhuru, Sly & Robbie, Dennis Browm, Ras Michael, Rastafari Elders, Eagles Angels, Midnite, Hugh Mundell, Augustus Pablo, Aswad, Steel Pulse, Abissinians, The Congos, Pablo Moses, Peter Broggs, Garnett Silk, Kiddus I, Chinna Smith & Inna di Yard, Sizzla, Capleton, Anthony B, Luciano, Clinton Fearon e muito mais. Destaco também a nova geração do reggae Revival onde minhas principais influências são Damian Marley, Julian Marley, Stephen Marley, Jo Mersa Marley, Protoje, Alborosie, Chronixx, Jesse Royal, Kabaka Piramid e JAH 9. Do reggae Brasileiro destaco as bandas Reggae Style, Junior Dread, Leões de Israel, Solano Jacob, Jah I Ras, Mato Seco, Dada Yute, Cidade Verde Sounds, Ponto de Equilibrio, Nazireu rupestre, Natiruts, Tribo de JAH, Unidade 76, Freedom Sounds, a lista é extensa. Claro, ainda ouço The Beatles, Bob Dylan, Gilberto Gil, Vila Lobos, Chico Buarque, Djavan, Badew Powell, Toquinho. Acabamos de nos despedir de um grande mestre da música brasileira: João Gilberto, Deus o tenha, música boa com conteúdo é outra história, enobrece a alma.
RM: Para além da música, tem mais alguma grande paixão?
Ras Kadhu: No interior de São Paulo, aqui no Brasil, no meio da floresta temos uma comunidade que completou 10 anos agora, no real “labor oratório” da vida. Onde transformamos o que cantamos em realidade, construimos bio-casas ecológicas, plantamos boa parte do nosso alimento e essa é nossa maior paixão. Existem diversos vídeos no Youtube, onde as pessoas podem acompanhar essa “Livity” e até vir nos visitar algum dia aqui no Brasil. O local se chama “Céu de Santa Maria de Sião”. Realizamos cerimónias de resgates a toda essa ancestralidade do Rastafari em aliança com as misticas das selvas brasileiras.
RM: Qual é a expectativa do projecto Jah I Ras em relação à tour na Europa que acontece brevemente?
Ras Kadhu: Para nós é uma grande realização profissional e alegria anunciar nossa primeira tour na Europa. Uma realização para uma banda de reggae Roots Rastafari praticamente independente que vive em um país de terceiro mundo como o Brasil. São quase dezessete anos de trabalhos interruptos tocando em todas as partes do Brasil, Chile, África do Sul e até na Etiópia já nos apresentámos. Então estou muito ansioso para começar os shows e ver a reação do publico, que seja uma constante. Pensamos em ter a Europa como rota anual da nossa agenda e tour. Também vejo como um processo natural já que componho músicas em português, espanhol e inglês. O meu objetivo sempre foi, além de tocar em solo nacional, internacionalizar minha música. Entendendo que o convite à consciência ecológica e espiritual se faz mais urgente que nunca no atual “fim dos tempos” para todos os povos, nações e todas as raças. Somos defensores da natureza e propagadores desse ideal de vida. E esse é o grande convite para os nossos espectadores de Portugal, Espanha e Inglaterra. Esperamos todos vocês em nossos shows, diretamente da selva Brasileira para a Europa com o melhor do roots reggae.
RM: Se pudesse descrever o seu mais recente projeto musical em 5 palavras quais seriam?
Ras Kadhu: Acredite na força do amor!
RM: Qual o disco/música da sua vida?
Ras Kadhu: Com certeza meu disco primogénito, “Jah Providenciará” de 2012. Tivemos a oportunidade especial de trabalhar no estúdio do Bob Marley, na Jamaica. Com a produção do meu grande irmão Dj Gustah.
RM: Qual a situação mais embaraçosa que já lhe aconteceu num concerto?
Ras Kadhu: Em 2006 acendi um cigarro de cannabis no palco. A polícia encerrou o show e me levou para a delegacia por isso. Fui detido, mas não fui preso, tudo se resolveu naquela noite. Faz tempo que não faço isso. Foi um ato revolucionário, mas a repressão foi assustadora.
RM: Com que músico/banda brasileira ou internacional gostaria de efectuar um dueto/parceria?
Ras Kadhu: No disco “Jahgube” fizemos parcerias com as bandas Mato Seco, Dada Yute, Junior Dread e Adonai do CVS. Para nosso próximo disco estamos trabalhando para realizar novos sonhos como as participações de Helio Bentes (banda Ponto de Equilibrio), Alexandre Carlo (banda Natiruts) e Marcelo Falcão (que hoje está em carreira solo, após cantar em uma das maiores bandas do rock das américas, O Rappa.) Claro, ainda temos o sonho de gravar com algum filho do Rei Bob Marley.
RM: Projetos para o futuro?
Ras Kadhu: Estamos finalizando, para o começo de setembro, o lançamento do video clipe oficial da música “Sol da Manhã” (Jahgube) com participação da banda Mato Seco, produção da Vras77 e apoio da loja MegaGrow de Curitiba. Também estamos no estúdio Rastan Records gravando nosso terceiro disco oficial com produção do Dj Gusta e Unidade 76, que tem previsão de lançamento para maio de 2020.
Ras Kadhu: Banda JAH I RAS agradece pela entrevista e suporte nessa tour, também gostaria de agradecer a banda Rubera Roots, my breddah Ras Nunukah pelo suporte e a loja Belli Roots que estará connosco em nossos shows, com todos nossos cds e produtos oficiais. Nos vemos em agosto/setembro! Big UP!