05/05/2020
Entrevista a
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Rhodes Magazine [RM] – Quando iniciou o seu percurso enquanto empreendedor?
Há cerca de 13 anos atrás, com um pequeno negócio ligado à tecnologia.
RM – Defina, nesta área, os seus 3 principais atributos e os seus 3 principais defeitos?
Em jeito de auto-análise os meus 3 principais defeitos são a confiança (por vezes extrema) na minha própria capacidade, não questionar o suficiente os meus preconceitos antes de tomar algumas decisões e tentar não depender de outros como poderia
Os meus principais atributos diria que são a fome e capacidade para a aprendizagem constante, a disponibilidade para rever as minhas posições quando chego à conclusão que estava errado e a perseverança extrema quando decido levar algo para a frente.
RM – Como tem encarado o atual estado de emergência, decorrente da pandemia COVID-19, e que impacto o mesmo está a ter na vossa atividade?
Como qualquer outra empresa a GoContact também foi afectada pela pandemia de COVID-19. Fomos seguramente menos afectados do que empresas que têm um perfil de cliente assente no consumidor final, mas fomos bastante afectados também pela nossa exposição ao mercado Espanhol.
Creio, no entanto, que temos uma oportunidade real de crescer com a crise quando ela terminar, bastando para isso conseguir chegar ao outro lado!
RM – A Go Contact é especialista no desenvolvimento de software para a área de Contact Center. Acredita que com o atual contexto, haverá uma maior procura para a utilização do vosso software?
Até à data não se verificou de forma esmagadora. Existem empresas que precisam de fazer transformação digital mas que para já estão em modo de sobrevivência e a adaptar as tecnologias que têm a estas novas exigências. Um projecto de troca de tecnologia de Contact Center é um projecto critico e não pode ser feito de forma descuidada, sob pena de haverem impactos operacionais altos.
Acreditamos que em havendo estabilização nas empresas exista então uma procura acrescida, para soluções definitivas e que permitam, com timings viáveis, executar a devida estratégia de transformação digital nalguns Contact Centers.
RM – Presumimos que a Go Contact, se tenha adaptado rapidamente ao recente contexto de Teletrabalho. Consegue descrever-nos sucintamente, como prestaram apoio a todos os vossos clientes que necessitaram de auxílio neste processo?
Os nossos clientes conseguiram transitar as suas operações para 100% Teletrabalho numa questão de dias. Felizmente a tecnologia não foi um impeditivo, pelo que foi possível investirem de forma acrescida na atenção que deram aos trabalhadores e aos seus processos. Todo o processo de transição foi pacifico, visto que a tecnologia GoContact é nativamente cloud e distribuida.
RM – Quais são os principais desafios da Go Contact, já tendo em consideração o atual contexto e o que resta do ano de 2020?
Queremos continuar a servir bem os nossos clientes e garantir que estão com todas as condições técnicas para poderem executar as suas missões críticas do dia-a-dia. Estamos focados em garantir a segurança da informação, a qualidade nas comunicações e todas as ferramentas necessárias para que os Contact Centers de Portugal não sintam diferença entre um modelo de escritório ou teletrabalho.
RM – Sabemos que têm também atividade no mercado Espanhol. Como está a ser vivido este momento, no que respeita ao impacto que está a ter no vosso negócio?
Infelizmente a situação em Espanha é muito dramática, quer ao nível da saúde pública quer ao nível da economia. Enquanto em Portugal sentimos que a vida continua em Espanha a vida parou.
Esta paragem súbita de um país, que é fortíssimo economicamente e que se orgulha de ter uma vida social muito activa, vai deixar marcas profundas na sociedade Espanhola.
Esperemos que a curto prazo haja uma reabertura do mercado para podermos voltar a estar com os nossos colegas e os nossos clientes.
RM – Perspetivam expandir a vossa atividade para outros mercados, para além do Espanhol?
Neste momento a GoContact fornece tecnologia em Portugal, Espanha, Angola, Marrocos e Moçambique. Temos vários clientes internacionais e existem desafios que podemos abraçar noutros países a curto e médio prazo. Infelizmente derivado da pandemia global colocamos os nossos planos em espera e nesta fase temos que ser pacientes antes do próximo passo.
RM – Enquanto empreendedor, consegue descrever-nos os seus maiores sonhos e principais objetivos para os próximos 5 anos?
É uma pergunta muito pessoal, mas posso responder que tenho a sorte de ter uma bela família, com 3 filhos, juntamente com a minha esposa Lizete. Adicionalmente adoro o meu trabalho e de viver intensamente o dia-a-dia. Se nos próximos 5 anos puder continuar a desfrutar da minha família e a trabalhar com a mesma intensidade então considero-me plenamente satisfeito!
RM – Que conselhos daria a um jovem empreendedor que planeia iniciar agora o seu negócio?
Os livros são teus amigos. Questiona sempre o que estás a fazer e porquê é que estás a fazer. Aprende com os outros antes de cometeres erros já que foram cometidos. Não deixes que aquilo que tu queres se coloque no caminho daquilo que o mercado quer, no fim do dia uma empresa é um actividade geradora de lucro, tudo o resto são hobbies!