Entrevista
BOÉMIA VADIA
Estivemos à conversa com os Boémia Vádia que, para além do seu mais recente single "Lisboa Saudade", estão a preparar o seu novo álbum.
Este trabalho, que já tem título definido, promete surpreender com uma mão cheia de grandes canções.
Fiquem a saber tudo, na entrevista que deixamos.
BOÉMIA VADIA
Estivemos à conversa com os Boémia Vádia que, para além do seu mais recente single "Lisboa Saudade", estão a preparar o seu novo álbum.
Este trabalho, que já tem título definido, promete surpreender com uma mão cheia de grandes canções.
Fiquem a saber tudo, na entrevista que deixamos.
Rhodes Magazine [RM]: Em que vivências se inspiraram para compor "Lisboa Saudade"?
Principalmente nas minhas (Mário Ferreira), como emigrante e clandestino pelo mundo.
"Lisboa Saudade" começou a nascer no inÍcio da presente década, em simultâneo com o desejo de regressar a Portugal (concretamente à minha cidade, onde nasci, fui criado e vivi
até aos 20 anos). Nessa época residia em Valência, Espanha, onde passei 17 anos da minha vida, e depois de entrar em contacto de novo com o Kim Coutinho (companheiro nos Falecidos Alves dos Reis e posteriormente nos Alucina Eugénio), comecei a preparar um repertório para um hipotético regresso destes últimos, em que criei a canção com a ajuda do Kim ao piano. No inicio chamáva-se "My Paikea" (maori) e era dedicada às baleias, adornada com didgeridoos e percussões étnicas. Com o nascimento da BOÉMIA VADIA, foi repescada e sendo alterada com o passar do tempo, até terminar com uma letra referente às emoções que senti quando decidimos fixarmo-nos em Lisboa. Esta canção carrega com ela todo o peso dos sentimentos e memórias que tive longe da minha terra, durante o meu prolongado "exílio".
RM: Consideram este tema o mais íntimo do EP "Circo Amar"?
Sem dúvida. Todos os temas do EP têm um significado especial e particular para cada um de nós. Este é o mais intimista por transmitir uma emoção pessoal e carregar com o peso dos anos que esperou para poder sair à luz. Agora temos esperança que brilhe o suficiente para nos continuar a iluminar o caminho.
RM: Sabemos que estão a trabalhar na produção de um novo álbum. Como está a decorrer o processo de composição?
Estamos já a metade do processo de gravação. Quando o EP "Circo Amar" foi editado em Novembro passado, já tinhamos um alinhamento preparado para poder ir para um estúdio gravar o nosso primeiro álbum. Com a entrada no projecto do baterista Emanuel Ramalho (ex. Delfins, Rádio Macau, etc...), em Janeiro do ano passado, foi possível encontrar a sonoridade de procurávamos para as nossas canções, um complemento importante para a identidade de grupo que acabamos por encontrar e que nunca foi possível, só através das máquinas.
A nossa música precisava da dinâmica de um baterista experiente e de qualidade.
Durante o curso do ano 2015, tivemos a perfeita noção dos resultados obtidos com a presença do Ramalho, e tendo em conta que é um produtor qualificado, já demonstrado com excelência, avançamos com a proposta de gravar o disco no seu estúdio "AQUI HÁ GATO" em Algueirão, (onde já gravaram, entre outros, os Peste & Sida), escolhendo um processo de gravação com a duração da gestação humana (9 meses), que nos permitirá assistir a uma maturação natural das canções, além de podermos ter a vantagem de editar exatamente aquilo que queremos, com 100% de fiabilidade.
Ele vai ser o produtor do "Café Providence" (o título elegido para o novo trabalho), com total autonomia e decisão.
De momento, o alinhamento escolhido já vai soando muito bem. Este mês e o próximo são para gravar instrumentação melódica como pianos, guitarras e violinos. Em Julho gravaremos as vozes e faremos os arranjos finais. Contamos ter o disco pronto a editar no dia 11 de Setembro.
RM: Têm planeadas participações especiais para este disco?
Sim, vamos ter alguns músicos amigos (já parte integrante da cada vez maior familia boémia), a gravar em vários temas. Entre os portugueses, teremos o Paulo Riço (Essa Entente), a cantar no "Chapiteau" (talvez o tema mais folk que temos) e o Nuno Flores (ex. Corvos e Quinta do Bill), que gravará violinos em várias canções. Num âmbito mais internacional, teremos os guitarristas valencianos Toni Cotolí e o Vicente Llorca, ou seja, "El Mono" - meu ex. companheiro nos Fado Blues e co-autor de dois dos temas que gravamos no álbum, ambos com as suas guitarras espanholas, num terno de canções.
Temos também a participação especial do amigo John Martinez (Le Garçon Rêve), que já deixou gravado um excelente recital poético (prosa em francês), com referência aos recentes atentados de Paris. Temos a promessa da grande Mona Soyoc (vocalista dos franceses Kas Product), para gravar vozes no tema que fechará o disco (“Exodus”), mas estamos pendentes de timing, visto estarem de momento em tournée pelos EUA e América do Sul. Contamos que seja possível antes do final de Julho.
Entretanto, existiram mais uns quantos convites, aos que esperamos confirmações. Entrámos naquela fase em que tudo pode acontecer.
RM: Num ano em que têm desaparecido infelizmente grandes músicos, que artista, nacional ou internacional, gostariam de ter conhecido?
Por unanimidade, escolho o David Bowie, apesar de que para o Emanuel Ramalho, seria seguramente o Frank Zappa!
Rhodes Magazine [RM]: Em que vivências se inspiraram para compor "Lisboa Saudade"?
Principalmente nas minhas (Mário Ferreira), como emigrante e clandestino pelo mundo.
"Lisboa Saudade" começou a nascer no inÍcio da presente década, em simultâneo com o desejo de regressar a Portugal (concretamente à minha cidade, onde nasci, fui criado e vivi
até aos 20 anos). Nessa época residia em Valência, Espanha, onde passei 17 anos da minha vida, e depois de entrar em contacto de novo com o Kim Coutinho (companheiro nos Falecidos Alves dos Reis e posteriormente nos Alucina Eugénio), comecei a preparar um repertório para um hipotético regresso destes últimos, em que criei a canção com a ajuda do Kim ao piano. No inicio chamáva-se "My Paikea" (maori) e era dedicada às baleias, adornada com didgeridoos e percussões étnicas. Com o nascimento da BOÉMIA VADIA, foi repescada e sendo alterada com o passar do tempo, até terminar com uma letra referente às emoções que senti quando decidimos fixarmo-nos em Lisboa. Esta canção carrega com ela todo o peso dos sentimentos e memórias que tive longe da minha terra, durante o meu prolongado "exílio".
RM: Consideram este tema o mais íntimo do EP "Circo Amar"?
Sem dúvida. Todos os temas do EP têm um significado especial e particular para cada um de nós. Este é o mais intimista por transmitir uma emoção pessoal e carregar com o peso dos anos que esperou para poder sair à luz. Agora temos esperança que brilhe o suficiente para nos continuar a iluminar o caminho.
RM: Sabemos que estão a trabalhar na produção de um novo álbum. Como está a decorrer o processo de composição?
Estamos já a metade do processo de gravação. Quando o EP "Circo Amar" foi editado em Novembro passado, já tinhamos um alinhamento preparado para poder ir para um estúdio gravar o nosso primeiro álbum. Com a entrada no projecto do baterista Emanuel Ramalho (ex. Delfins, Rádio Macau, etc...), em Janeiro do ano passado, foi possível encontrar a sonoridade de procurávamos para as nossas canções, um complemento importante para a identidade de grupo que acabamos por encontrar e que nunca foi possível, só através das máquinas.
A nossa música precisava da dinâmica de um baterista experiente e de qualidade.
Durante o curso do ano 2015, tivemos a perfeita noção dos resultados obtidos com a presença do Ramalho, e tendo em conta que é um produtor qualificado, já demonstrado com excelência, avançamos com a proposta de gravar o disco no seu estúdio "AQUI HÁ GATO" em Algueirão, (onde já gravaram, entre outros, os Peste & Sida), escolhendo um processo de gravação com a duração da gestação humana (9 meses), que nos permitirá assistir a uma maturação natural das canções, além de podermos ter a vantagem de editar exatamente aquilo que queremos, com 100% de fiabilidade.
Ele vai ser o produtor do "Café Providence" (o título elegido para o novo trabalho), com total autonomia e decisão.
De momento, o alinhamento escolhido já vai soando muito bem. Este mês e o próximo são para gravar instrumentação melódica como pianos, guitarras e violinos. Em Julho gravaremos as vozes e faremos os arranjos finais. Contamos ter o disco pronto a editar no dia 11 de Setembro.
RM: Têm planeadas participações especiais para este disco?
Sim, vamos ter alguns músicos amigos (já parte integrante da cada vez maior familia boémia), a gravar em vários temas. Entre os portugueses, teremos o Paulo Riço (Essa Entente), a cantar no "Chapiteau" (talvez o tema mais folk que temos) e o Nuno Flores (ex. Corvos e Quinta do Bill), que gravará violinos em várias canções. Num âmbito mais internacional, teremos os guitarristas valencianos Toni Cotolí e o Vicente Llorca, ou seja, "El Mono" - meu ex. companheiro nos Fado Blues e co-autor de dois dos temas que gravamos no álbum, ambos com as suas guitarras espanholas, num terno de canções.
Temos também a participação especial do amigo John Martinez (Le Garçon Rêve), que já deixou gravado um excelente recital poético (prosa em francês), com referência aos recentes atentados de Paris. Temos a promessa da grande Mona Soyoc (vocalista dos franceses Kas Product), para gravar vozes no tema que fechará o disco (“Exodus”), mas estamos pendentes de timing, visto estarem de momento em tournée pelos EUA e América do Sul. Contamos que seja possível antes do final de Julho.
Entretanto, existiram mais uns quantos convites, aos que esperamos confirmações. Entrámos naquela fase em que tudo pode acontecer.
RM: Num ano em que têm desaparecido infelizmente grandes músicos, que artista, nacional ou internacional, gostariam de ter conhecido?
Por unanimidade, escolho o David Bowie, apesar de que para o Emanuel Ramalho, seria seguramente o Frank Zappa!