Entrevista a Navidon
Rhodes Magazine – Com que idade iniciaram o vosso percurso no mundo da música? Sempre quiseram ser músicos/cantores ou foi algo que simplesmente aconteceu? Eu (Valbert) iniciei aos 12 anos quando me mudei para cidade de Juazeiro do Norte, onde Pablo morava. Ele já tocava violão desde os 10 anos (depois de ouvir seu irmão tocando e querer reproduzir o que ele fazia), e aí depois de me ouvir cantando um pouco em casa, me chamou para fazer parte da banda religiosa do colégio. |
Nunca pensei em ser instrumentista mesmo... Apesar de tocar um pouco de violão, só virei baixista por necessidade mesmo, aos 21 anos, depois de tentarmos alguns baixistas e não ter vingado. Hugo também começou cedo, aos 11 anos, ele já tinha tentado teclado e violão, mas não se deu muito com esses instrumentos. E aí viu uma vez o baterista de uma banda de rock brasileira chamada “Raimundos” tocando e aí se descobriu na música.
RM – Contem-nos a história por detrás da formação dos Navidon!
Pablo foi o 1º amigo que fiz assim que cheguei na cidade de Juazeiro do Norte, então de certa forma, estamos juntos na música desde os 11/12 anos. Com o tempo fomos descobrindo gostos musicais parecidos e então aos 14 anos começamos a compor nossas próprias músicas.
Passámos por diversas vertentes, até pela pluralidade de estilos dentro do nosso país, escutámos de tudo, e aí uma coisa foi levando a outra e a gente naturalmente foi “peneirando” nosso estilo. Hugo entrou na banda mais recentemente, há uns 6 meses, mas nós já conhecíamos seu trabalho em outras bandas, e conosco, hoje, parece que já está há muitos anos na banda.
RM – Foi fácil perceber qual seria a sonoridade da banda? Têm algum outro género musical no qual gostariam de se aventurar um dia?
Não foi fácil, mas foi um processo natural. Como disse, até pela pluralidade de estilos que há no nosso país, foi algo que foi acontecendo naturalmente, fomos aprendendo e escutando diversos estilos até chegar no rock ‘n roll.
Essa formação foi importante para nós porque é através dela que conseguimos demonstrar nossas influências nas nossas músicas, mas de uma forma que seja do “nosso jeito”, estilo Navidon.
Por enquanto, estamos focados no que temos em mãos, nosso material, mas futuramente gostaríamos de levar algo eletrônico para o nosso som, mas preservando o que temos feito até agora.
RM – E perante a eterna questão “cantar em português vs cantar em inglês”, a decisão foi unânime?
No início, como disse, escutámos de tudo, então obviamente português era a língua utilizada nas composições. Com o tempo e a conversão para o estilo que temos hoje, descobrimos que seria mais interessante compor em lingua inglesa.
O português é uma língua suave e maravilhosa de se ouvir em músicas de Zé Ramalho, Alceu Valença, Djavan, Elba Ramalho... Mas nós não conseguíamos imprimir isso nas nossas músicas, até pelo estilo que estávamos adotando.
Um dia tentei compor algo em inglês e pra minha surpresa, as composições soaram melhor nesta lingua, então foi algo que também aconteceu naturalmente.
RM – Falemos das vossas influências. Que artista, disco e concerto sentem que mudou a vossa vida e a forma como ouvem, e fazem, música hoje em dia?
No meu caso (Valbert), 2 músicas mudaram minha vida. A 1ª delas foi Under the same sun dos Scorpions. Foi a 1ª música pela qual me apaixonei de verdade, aos 8 anos. A 2ª delas foi Limelight do Rush. Essa música foi a responsável pela minha formação como baixista, devo a ela e aos Rush isso.
O Hugo já tocava bateria, mas a música The dance of eternity dos Dream Theater foi um divisor de águas em sua vida porque, segundo ele, ali ele viu que a música “era mais do que apenas 4 compassos.”
No caso do Pablo, um documentário do Jimi Hendrix foi o suficiente para fazê-lo se apaixonar pela ideia de ser guitarrista. Sua história de vida e desempenho nos palcos o infuenciaram a partir de então em sua formação como músico e compositor.
RM – Ao longo de tantos anos de estrada e concertos certamente têm muitas histórias engraçadas e bizarras. Há algum que possam partilhar connosco?
Não me recordo muito sobre histórias mais recentes, mas tem uma mais bizarra do que engraçada quando ainda tocávamos no colégio. Estudávamos em uma escola essencialmente católica, então rock não era um estilo bem visto à época.
Uma vez estávamos ensaiando a música “Será” dos Legião Urbana, uma das maiores representantes do rock nacional brasileiro e dona de uma letra muito bonita além de ser referência como um dos clássicos do rock brasileiro. Com 20min de ensaio recebemos a visita de um dos coordenadores da escola, também religioso, pedindo para pararmos urgentemente de tocar a música porque aquilo era “coisa do demônio” (risos).
Anos depois vi o mesmo coordenador em um show de rock num dos bares mais movimentados da região. Interessante como as coisas mudam, não é mesmo?
RM – Estarão brevemente em Portugal para apresentar o disco “Mindfolded” (2017). O que pode esperar o público português, e não só, de um concerto dos Navidon?
Nós viemos a Portugal para encontrar nosso público, iniciar nossa relação com a Europa porque temos a intenção de voltar em um futuro próximo... Pra isso, temos que apresentar um bom cartão de visitas, e viemos pra isso.
Gostamos da sinergia que geralmente criamos com o público em nossos shows, e isso será um fator interessante tanto para o público quanto para nós, queremos sentir a energia do público europeu. O que podem esperar é que terão 3 caras no palco dispostos a fazer um show inesquecível para quem comparecer ao concerto.
RM – Quais as vossas expectativas para a passagem por Portugal? Têm alguma cidade/local/monumento que querem mesmo muito conhecer?
As melhores possíveis... A arquitetura e a própria importância histórica que Portugal desempenhou na formação do nosso país é algo à parte, estamos indo viver um pouco do que vimos nos livros de história quando crianças.
Queremos andar pelas ruas, conhecer um pouco dessa arquitetura, monumentos e praças de uma forma geral. O Museu do Vinho do Porto é algo interessante para nós porque sempre ouvimos muito sobre Vinho do Porto e não conhecemos as origens, então seria legal, além de provar uma taça ou duas no local (risos).
Faremos shows em Lisboa e Viseu, mas passaremos alguns dias em Porto também, então acredito que aproveitaremos um pouco do que essas cidades tem pra oferecer.
RM – Contem-nos a história por detrás da formação dos Navidon!
Pablo foi o 1º amigo que fiz assim que cheguei na cidade de Juazeiro do Norte, então de certa forma, estamos juntos na música desde os 11/12 anos. Com o tempo fomos descobrindo gostos musicais parecidos e então aos 14 anos começamos a compor nossas próprias músicas.
Passámos por diversas vertentes, até pela pluralidade de estilos dentro do nosso país, escutámos de tudo, e aí uma coisa foi levando a outra e a gente naturalmente foi “peneirando” nosso estilo. Hugo entrou na banda mais recentemente, há uns 6 meses, mas nós já conhecíamos seu trabalho em outras bandas, e conosco, hoje, parece que já está há muitos anos na banda.
RM – Foi fácil perceber qual seria a sonoridade da banda? Têm algum outro género musical no qual gostariam de se aventurar um dia?
Não foi fácil, mas foi um processo natural. Como disse, até pela pluralidade de estilos que há no nosso país, foi algo que foi acontecendo naturalmente, fomos aprendendo e escutando diversos estilos até chegar no rock ‘n roll.
Essa formação foi importante para nós porque é através dela que conseguimos demonstrar nossas influências nas nossas músicas, mas de uma forma que seja do “nosso jeito”, estilo Navidon.
Por enquanto, estamos focados no que temos em mãos, nosso material, mas futuramente gostaríamos de levar algo eletrônico para o nosso som, mas preservando o que temos feito até agora.
RM – E perante a eterna questão “cantar em português vs cantar em inglês”, a decisão foi unânime?
No início, como disse, escutámos de tudo, então obviamente português era a língua utilizada nas composições. Com o tempo e a conversão para o estilo que temos hoje, descobrimos que seria mais interessante compor em lingua inglesa.
O português é uma língua suave e maravilhosa de se ouvir em músicas de Zé Ramalho, Alceu Valença, Djavan, Elba Ramalho... Mas nós não conseguíamos imprimir isso nas nossas músicas, até pelo estilo que estávamos adotando.
Um dia tentei compor algo em inglês e pra minha surpresa, as composições soaram melhor nesta lingua, então foi algo que também aconteceu naturalmente.
RM – Falemos das vossas influências. Que artista, disco e concerto sentem que mudou a vossa vida e a forma como ouvem, e fazem, música hoje em dia?
No meu caso (Valbert), 2 músicas mudaram minha vida. A 1ª delas foi Under the same sun dos Scorpions. Foi a 1ª música pela qual me apaixonei de verdade, aos 8 anos. A 2ª delas foi Limelight do Rush. Essa música foi a responsável pela minha formação como baixista, devo a ela e aos Rush isso.
O Hugo já tocava bateria, mas a música The dance of eternity dos Dream Theater foi um divisor de águas em sua vida porque, segundo ele, ali ele viu que a música “era mais do que apenas 4 compassos.”
No caso do Pablo, um documentário do Jimi Hendrix foi o suficiente para fazê-lo se apaixonar pela ideia de ser guitarrista. Sua história de vida e desempenho nos palcos o infuenciaram a partir de então em sua formação como músico e compositor.
RM – Ao longo de tantos anos de estrada e concertos certamente têm muitas histórias engraçadas e bizarras. Há algum que possam partilhar connosco?
Não me recordo muito sobre histórias mais recentes, mas tem uma mais bizarra do que engraçada quando ainda tocávamos no colégio. Estudávamos em uma escola essencialmente católica, então rock não era um estilo bem visto à época.
Uma vez estávamos ensaiando a música “Será” dos Legião Urbana, uma das maiores representantes do rock nacional brasileiro e dona de uma letra muito bonita além de ser referência como um dos clássicos do rock brasileiro. Com 20min de ensaio recebemos a visita de um dos coordenadores da escola, também religioso, pedindo para pararmos urgentemente de tocar a música porque aquilo era “coisa do demônio” (risos).
Anos depois vi o mesmo coordenador em um show de rock num dos bares mais movimentados da região. Interessante como as coisas mudam, não é mesmo?
RM – Estarão brevemente em Portugal para apresentar o disco “Mindfolded” (2017). O que pode esperar o público português, e não só, de um concerto dos Navidon?
Nós viemos a Portugal para encontrar nosso público, iniciar nossa relação com a Europa porque temos a intenção de voltar em um futuro próximo... Pra isso, temos que apresentar um bom cartão de visitas, e viemos pra isso.
Gostamos da sinergia que geralmente criamos com o público em nossos shows, e isso será um fator interessante tanto para o público quanto para nós, queremos sentir a energia do público europeu. O que podem esperar é que terão 3 caras no palco dispostos a fazer um show inesquecível para quem comparecer ao concerto.
RM – Quais as vossas expectativas para a passagem por Portugal? Têm alguma cidade/local/monumento que querem mesmo muito conhecer?
As melhores possíveis... A arquitetura e a própria importância histórica que Portugal desempenhou na formação do nosso país é algo à parte, estamos indo viver um pouco do que vimos nos livros de história quando crianças.
Queremos andar pelas ruas, conhecer um pouco dessa arquitetura, monumentos e praças de uma forma geral. O Museu do Vinho do Porto é algo interessante para nós porque sempre ouvimos muito sobre Vinho do Porto e não conhecemos as origens, então seria legal, além de provar uma taça ou duas no local (risos).
Faremos shows em Lisboa e Viseu, mas passaremos alguns dias em Porto também, então acredito que aproveitaremos um pouco do que essas cidades tem pra oferecer.