Entrevista a O TarotA mais recente aposta da Music For All é proveniente do Brasil, move-se nas pródigas águas do pop/rock e desde 2014 que encanta quem se cruza no seu caminho. Com um EP editado até ao momento, “Zero” (2016), é o primeiro álbum de longa-duração em preparação, e apresentam-se ao público português com “Cabeceira” – expoente máximo das letras cuidadas e da sonoridade que conquista à primeira audição. Os Tarot chegaram, e vieram para ficar, ou não estivessem eles predestinados ao sucesso!
Em entrevista à Rhodes Magazine, O Tarot conta-nos a sua história e desvenda um pouco sobre a sua digressão a Portugal! |
Rhodes Magazine - Como surgiu O Tarot? E porquê este nome tão diferente?
Nosso nome guarda íntima relação com a concepção da banda. O Caio (vocalista) costumava carregar sempre consigo um baralho, e entregava cartas às pessoas que conhecia. A ideia era convidar a pessoa a nomear a carta, ancorando uma palavra de sua escolha a ela. Assim, a carta sempre carregaria esse sentimento, que poderia ser recobrado posteriormente.
Essa dinâmica foi justamente o que inaugurou o projeto. Em agosto de 2014, o Lucas (guitarra e acordeão) convidou o Caio para juntarem as suas composições. Quando confirmou, ambos trocaram uma carta, e assim ocorreu com cada integrante que se juntou à equipa posteriormente. A ideia do nome veio do Lucas, já no primeiro minuto em que a banda foi fundada. - ‘Por quê não nos chamarmos O Tarot e carregarmos conosco essa energia de troca, essa mensagem? Não através de cartas, mas através das nossas músicas?’ Foi o que ocorreu. Para nós, é muito especial ter um nome que de facto nos representa. Por isso costumamos afirmar com frequência que “Nós somos O Tarot”!
RM - Quais são as vossas maiores influências no que toca à composição?
Los Hermanos, Gogol Bordello, Pink Floyd, Beirut… levamos muito em conta nas composições a ideia de trilhas sonoras, já que pensamos a música de uma forma muito visual. Também são influências importantes no que tange ao lirismo Paulo Leminski, Manoel de Barros, Mário Quintana.
RM - Qual o vosso tema favorito? E porquê?
Essa pergunta é super difícil! É engraçado, pois todas as músicas do EP já foram as favoritas de cada um dos membros, em momentos diferentes. Cada uma cativa à sua própria maneira e dialoga com o momento de cada um. Acho que não temos uma resposta exata para essa pergunta (risos).
RM - Contem-nos tudo sobre o vosso novo EP, “Zero”, que inclui o single de estreia “Cabeceira” que vão apresentar na digressão ao vivo em Portugal!
É nosso primeiro trabalho, um marco muito especial para nós. Sentimos que realmente o disco representa uma espécie de “Marco Zero” para nós: as músicas que compõem o CD revelam as nossas diferentes facetas, tanto em termos líricos, como em termos musicais. Cada música trata de temas distintos – misticismo, existencialismo, amor, crítica social, questionamentos, fé, respeito – através de ritmos diversos, que realmente se integram a cada letra. Para nós, é um bom cartão de visitas para sentir quem somos – e garanto que tem muito mais vindo para que possamos nos conhecer mais a fundo, junto do público!
RM - Como foi o processo de gravação deste EP?
Passamos mais de 2 anos em silêncio entre a inauguração do projeto e o lançamento do disco de fato, trabalhando profundamente no EP. Nesse espaço de tempo, compreendemos pouco a pouco a estética e o conceito em torno da banda. De fato, fomos nos descobrindo lentamente, até encontrarmos nossa (improvável) identidade. Foi um processo difícil – afinal, a ansiedade em compartilhar nosso trabalho com o público era intensa, mas uma experiência extremamente engrandecedora.
Iniciamos os trabalhos com nosso produtor musical, Ricardo Ponte, recentemente vencedor do Grammy 2017 com a Scalenem, em fevereiro de 2016, e crescemos muito com ele. Muitas coisas mudaram das versões iniciais das músicas até chegarmos verdadeiramente à intenção final, e sem dúvida o trabalho do Ponte alçou nossa obra a outro patamar. Somente em novembro de 2016 é que ficamos realmente satisfeitos, sentimos que tínhamos chegado onde queriamos. E assim lançamos de uma vez o projeto, junto de outros três webclipes, depois de tanto tempo de espera!
Um detalhe curioso é que ‘Cabeceira’, que se tornou a nossa música de trabalho e a preferida do público, quase saiu das músicas selecionadas do álbum! Só a mantivemos em virtude da opinião de algumas pessoas próximas, às quais mostramos as músicas ao longo do processo de produção. A grande maioria delas profetizou que a música era o grande hit do álbum, como de facto veio a ser. Que bom que confiamos nelas, não é verdade? (risos)
RM - Que feedback têm recebido das pessoas que vos ouvem e vêm? Quais as expetativas para a digressão que vos trará aos palcos portugueses?
Absolutamente positivas. Muito nos engrandece ver a reação do público ao nosso trabalho. Assim que lançamos, tivemos resultados que não esperávamos, uma quantidade imensa de compartilhamentos e views, ultrapassando a casa dos 100 mil (a exemplo do Webclipe de ‘Cabeceira’, no Facebook). Fomos convidados para tocar em casas tradicionalíssimas aqui no Brasil, em festivais… tem sido muito especial. Acho que boa parte dessa resposta positiva vem da energia que botamos em nosso trabalho também. Muito coração e entrega verdadeira.
Estamos MUITO animados para tocar em Portugal. Os portugueses em geral são muito receptivos e interessados pela cultura brasileira, em especial a música. Espero que possamos nos conectar com o máximo possível de pessoas por aí e realizarmos shows memoráveis. Sem dúvidas será inesquecível para nós a oportunidade de levar nosso som à Europa.
RM - Quais os cantores ou bandas que mais gostam ou os inspiram?
Além das influências citadas, cada membro tem um gosto musical muito diverso, o que faz dessa uma lista extensa! Podemos citar Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben, Os Mutantes, Radiohead, Madredeus, Engenheiros do Hawaii, Led Zepellin, Beatles, System Of a Down, Cordel do Fogo Encantado, Paco de Lucia… realmente são muitos!
RM - Sobre a passagem por Portugal, têm já em vista algum local em especial que queiram visitar? Onde e Porquê?
Temos muito interesse em visitar as praias do Algarve! As fotos são estonteantes, parece um paraíso! Sem dúvida é um dos lugares que temos a intenção de desfrutar.
RM - Qual o sonho enquanto banda que esperam ou ainda desejam realizar?
Temos tantos! Somos sonhadores demais, por vezes até megalómanos. Mas acho que um sonho que nos representa bem é a possibilidade de viajar ao redor do mundo com nosso trabalho, conhecendo cada vez mais pessoas e criando vivências memoráveis, para nós e para quem nos escuta. Acho que parte desse sonho já está se realizando com essa oportunidade de tocarmos em Portugal, não é mesmo? (risos)
RM - Há algum artista, nacional ou internacional, com o qual gostariam de colaborar?
Inúmeros, temos vários sonhos de carreira relacionados a possíveis parcerias. Sem dúvidas seria um marco inesquecível ter a oportunidade de trabalhar com Caetano Veloso, Jorge Ben e Criolo, por exemplo. Da nova geração, Francisco, El Hombre é um grupo que muito admiramos. Em Portugal, somos admiradores de Madredeus! Já imaginou uma parceria com Teresa Salgueiro?? Deus do céu, seria fantástico!
Nosso nome guarda íntima relação com a concepção da banda. O Caio (vocalista) costumava carregar sempre consigo um baralho, e entregava cartas às pessoas que conhecia. A ideia era convidar a pessoa a nomear a carta, ancorando uma palavra de sua escolha a ela. Assim, a carta sempre carregaria esse sentimento, que poderia ser recobrado posteriormente.
Essa dinâmica foi justamente o que inaugurou o projeto. Em agosto de 2014, o Lucas (guitarra e acordeão) convidou o Caio para juntarem as suas composições. Quando confirmou, ambos trocaram uma carta, e assim ocorreu com cada integrante que se juntou à equipa posteriormente. A ideia do nome veio do Lucas, já no primeiro minuto em que a banda foi fundada. - ‘Por quê não nos chamarmos O Tarot e carregarmos conosco essa energia de troca, essa mensagem? Não através de cartas, mas através das nossas músicas?’ Foi o que ocorreu. Para nós, é muito especial ter um nome que de facto nos representa. Por isso costumamos afirmar com frequência que “Nós somos O Tarot”!
RM - Quais são as vossas maiores influências no que toca à composição?
Los Hermanos, Gogol Bordello, Pink Floyd, Beirut… levamos muito em conta nas composições a ideia de trilhas sonoras, já que pensamos a música de uma forma muito visual. Também são influências importantes no que tange ao lirismo Paulo Leminski, Manoel de Barros, Mário Quintana.
RM - Qual o vosso tema favorito? E porquê?
Essa pergunta é super difícil! É engraçado, pois todas as músicas do EP já foram as favoritas de cada um dos membros, em momentos diferentes. Cada uma cativa à sua própria maneira e dialoga com o momento de cada um. Acho que não temos uma resposta exata para essa pergunta (risos).
RM - Contem-nos tudo sobre o vosso novo EP, “Zero”, que inclui o single de estreia “Cabeceira” que vão apresentar na digressão ao vivo em Portugal!
É nosso primeiro trabalho, um marco muito especial para nós. Sentimos que realmente o disco representa uma espécie de “Marco Zero” para nós: as músicas que compõem o CD revelam as nossas diferentes facetas, tanto em termos líricos, como em termos musicais. Cada música trata de temas distintos – misticismo, existencialismo, amor, crítica social, questionamentos, fé, respeito – através de ritmos diversos, que realmente se integram a cada letra. Para nós, é um bom cartão de visitas para sentir quem somos – e garanto que tem muito mais vindo para que possamos nos conhecer mais a fundo, junto do público!
RM - Como foi o processo de gravação deste EP?
Passamos mais de 2 anos em silêncio entre a inauguração do projeto e o lançamento do disco de fato, trabalhando profundamente no EP. Nesse espaço de tempo, compreendemos pouco a pouco a estética e o conceito em torno da banda. De fato, fomos nos descobrindo lentamente, até encontrarmos nossa (improvável) identidade. Foi um processo difícil – afinal, a ansiedade em compartilhar nosso trabalho com o público era intensa, mas uma experiência extremamente engrandecedora.
Iniciamos os trabalhos com nosso produtor musical, Ricardo Ponte, recentemente vencedor do Grammy 2017 com a Scalenem, em fevereiro de 2016, e crescemos muito com ele. Muitas coisas mudaram das versões iniciais das músicas até chegarmos verdadeiramente à intenção final, e sem dúvida o trabalho do Ponte alçou nossa obra a outro patamar. Somente em novembro de 2016 é que ficamos realmente satisfeitos, sentimos que tínhamos chegado onde queriamos. E assim lançamos de uma vez o projeto, junto de outros três webclipes, depois de tanto tempo de espera!
Um detalhe curioso é que ‘Cabeceira’, que se tornou a nossa música de trabalho e a preferida do público, quase saiu das músicas selecionadas do álbum! Só a mantivemos em virtude da opinião de algumas pessoas próximas, às quais mostramos as músicas ao longo do processo de produção. A grande maioria delas profetizou que a música era o grande hit do álbum, como de facto veio a ser. Que bom que confiamos nelas, não é verdade? (risos)
RM - Que feedback têm recebido das pessoas que vos ouvem e vêm? Quais as expetativas para a digressão que vos trará aos palcos portugueses?
Absolutamente positivas. Muito nos engrandece ver a reação do público ao nosso trabalho. Assim que lançamos, tivemos resultados que não esperávamos, uma quantidade imensa de compartilhamentos e views, ultrapassando a casa dos 100 mil (a exemplo do Webclipe de ‘Cabeceira’, no Facebook). Fomos convidados para tocar em casas tradicionalíssimas aqui no Brasil, em festivais… tem sido muito especial. Acho que boa parte dessa resposta positiva vem da energia que botamos em nosso trabalho também. Muito coração e entrega verdadeira.
Estamos MUITO animados para tocar em Portugal. Os portugueses em geral são muito receptivos e interessados pela cultura brasileira, em especial a música. Espero que possamos nos conectar com o máximo possível de pessoas por aí e realizarmos shows memoráveis. Sem dúvidas será inesquecível para nós a oportunidade de levar nosso som à Europa.
RM - Quais os cantores ou bandas que mais gostam ou os inspiram?
Além das influências citadas, cada membro tem um gosto musical muito diverso, o que faz dessa uma lista extensa! Podemos citar Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben, Os Mutantes, Radiohead, Madredeus, Engenheiros do Hawaii, Led Zepellin, Beatles, System Of a Down, Cordel do Fogo Encantado, Paco de Lucia… realmente são muitos!
RM - Sobre a passagem por Portugal, têm já em vista algum local em especial que queiram visitar? Onde e Porquê?
Temos muito interesse em visitar as praias do Algarve! As fotos são estonteantes, parece um paraíso! Sem dúvida é um dos lugares que temos a intenção de desfrutar.
RM - Qual o sonho enquanto banda que esperam ou ainda desejam realizar?
Temos tantos! Somos sonhadores demais, por vezes até megalómanos. Mas acho que um sonho que nos representa bem é a possibilidade de viajar ao redor do mundo com nosso trabalho, conhecendo cada vez mais pessoas e criando vivências memoráveis, para nós e para quem nos escuta. Acho que parte desse sonho já está se realizando com essa oportunidade de tocarmos em Portugal, não é mesmo? (risos)
RM - Há algum artista, nacional ou internacional, com o qual gostariam de colaborar?
Inúmeros, temos vários sonhos de carreira relacionados a possíveis parcerias. Sem dúvidas seria um marco inesquecível ter a oportunidade de trabalhar com Caetano Veloso, Jorge Ben e Criolo, por exemplo. Da nova geração, Francisco, El Hombre é um grupo que muito admiramos. Em Portugal, somos admiradores de Madredeus! Já imaginou uma parceria com Teresa Salgueiro?? Deus do céu, seria fantástico!